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Esta atitude é considerada uma doença e tem que ser tratada
Por Débora Ferreira
debora.ferreira@arcauniversal.com
Qual a mulher que nunca teve que se controlar na hora de ir ao shopping e ver aquelas vitrines atraentes, cheias de adereços e um manequim com a roupa toda combinando? Comprar é um ato saudável e necessário, mas antes de sair gastando por aí, perceba se o consumo não é exagerado e usado unicamente como fonte de prazer e válvula de escape para fugir de algum problema. Enfim, avalie e perceba se você perde facilmente o controle e se realmente precisa das peças ou esquece rapidamente da compra. Caso sim, este é um indício de compulsão por compras.
“Uma das características mais aparentes de quem é compulsivo por compras e sofre desta síndrome, que é considerada uma doença, é que a pessoa só se sente bem e feliz quando está comprando e nada é capaz de contê-la, nem mesmo a falta de dinheiro. Muitas vezes, mesmo sabendo que não pode gastar, ela não tem pudores em passar o cartão de crédito na loja e comprar sem medos”, comenta a psicóloga Érika Milfro.
De acordo com a especialista, há mulheres que são tão dependentes em gastar que chegam a transpirar e ficam nervosas ao comprar algo que tanto. Elas, em alguns casos, mentem para outras pessoas dizendo que as roupas são velhas e escondem peças com etiquetas. “O pior de tudo isso é que nem sempre há o dinheiro em conta para cometer o exagero de gastar. Quanto mais elas compram, mais precisam comprar e o salário não consegue acompanhar o ritmo, e o fundo no orçamento bancário começa”, alerta Érika.
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Foi o que aconteceu com a advogada Camila Crispin, de 32 anos. “No começo eu achei que a minha compulsão por compras era apenas momentânea, pois estava passando por uma fase ruim no meu relacionamento, então, eu comprava demais, até quando eu me sentisse melhor, pudesse voltar para casa e enfrentar os problemas, mas, com o tempo percebi que essa vontade de comprar ia crescendo cada vez mais e eu não gastava mais por precisão, e sim pelo prazer. Gastei muito com peças e acessórios que nunca usei, já doei muitas roupas com etiquetas e até por serem modelos repetidos aos que já tinha, da mesma cor, tamanho, modelo. Eu nem lembrava mais das minhas peças”, conta.
Segundo Érika, a diferença entre quem consome saudavelmente e quem têm a compulsão por gastar é a inquietude em não poder consumir. Consequentemente, esta pessoa demonstra desníveis de humor, apresenta estresse e agressividade em algumas situações. “O tratamento para estes casos de compulsão se aplica por meio de terapia em grupo, onde cada um expõe suas dificuldades e medos, e o psicólogo mostra que as compras não podem dominar as pessoas e têm que ser algo saudável e consciente”, explica ela.
Dicas para se controlar
- Verifique se está exagerando nas compras e admita que precisa melhorar;
- Perceba de onde vem essa compulsão toda e o que originou tal problema;
- Reflita o prejuízo de tantas compras desnecessárias e tenha como objetivo gastar apenas com o que realmente é necessário;
- Mude gradualmente seus hábitos, se for preciso, não vá com tanta frequência em locais onde sentirá vontade de consumir;
- Faça uma lista com o que precisa comprar no mês e reveja durante três vezes alternando os dias, a fim de avaliar se realmente o gasto é necessário;
- Estimule metas e dias para fazer as coisas;
- Ao entrar em uma loja não desvie o foco, peça apenas pelo o que foi procurar;
- Ao término de cada quinzena avalie seu comportamento.
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