publicado em 03/04/2012 às 04h50.
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Caí na real
Por Jaqueline Corrêa
jaqueline.correa@arcauniversal.com
Laura é uma jovem que terminou o seu noivado com um homem admirável. Ela nem sabe o motivo dessa decisão, tampouco compreende que o distanciamento foi acontecendo aos poucos, e de forma tão delicada, que, quando percebe, já se encontra longe demais dele. Laura passa a querer preencher essa falta, mas a sua tristeza, no fundo, é saber que o seu amor não está nos lugares onde procura. O dilema de Laura é tentar reencontrar o seu amado, que um dia foi desprezado, e que ela teme agora rejeitá-la.
Segundos. Foi o quanto durou a minha alegria ao vê-lo em minha frente. E meses, o que durou a minha tristeza. Assim que cruzei o corredor de casa, a minha mãe me viu entrar no quarto, e me seguiu. Abaixei a cabeça, porque não queria olhar nos olhos de ninguém, estava parecendo um bicho acuado. Entrei no quarto e tentei fechar a porta. Mas, não suportei ficar sozinha. Sussurrei...
– Mãe...
É engraçado como nessas horas esquecemos o nosso orgulho, e o nosso coração se transforma em um solo extremamente fértil, que aceita qualquer semente que lançarem nele. O problema é o tipo de semente. Se for boa, será para o nosso proveito, mas se for ruim, é bem provável que nos deixe ainda mais pra baixo.
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A minha mãe foi fundamental. Esqueci-me do meu orgulho, das nossas discussões até de alguns desentendimentos. Era como se ela já soubesse o que estava se passando comigo. E sabia exatamente o que faltava para mim.
Foi quando ela me falou do meu ex-noivo. Imediatamente lembrei os grandes momentos que passamos juntos, de quando era realmente feliz e não imaginava. Ah, quanta bobagem fiz! Se eu pudesse voltar atrás, jamais deixaria alguém que me fez tão feliz, e que, por certo, continuaria a me fazer, por qualquer outra coisa, qualquer sentimento ou pessoa.
Naquele mesmo dia, me arrumei e saí. Resolvi dar uma chance ao que a minha mãe falava tanto. Vesti a mesma calça preta e camisa bege que havia separado para comemorar aquela data tão especial.
Não comi nada, e, para ser sincera, estava tão desanimada, que até a vontade de tomar banho sumiu. Era como se eu tivesse medo de que a água não fosse capaz de lavar apenas a sujeira externa. Desejava que ela me lavasse por dentro também, que tirasse as angústias das minhas entranhas, mas eu sabia que era impossível. E, se não era possível, para que água, banho? Não adiantaria nada, eu pensava.
Mas, com o sacolejo da minha mãe, tive que cair na real. Para que sofrer mais? Por que ficar longe de alguém que tanto me ama?
Então, tomei a atitude de ir ao encontro do meu ex-noivo.
Para ele poderia ter sido uma surpresa; mas, para mim, o encontro foi mais surpreendente do que eu mesma poderia imaginar.
Aguarde a continuação...
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