Para isso, deve-se criar um vínculo especial desde a infância
Educar sem impor é uma tarefa, e às
vezes um sonho, muito difícil para os pais. Mas isso pode ser possível
se eles criarem um vínculo de amizade, diálogo e amor desde os primeiros
anos de vida.
É o que afirma a psicóloga Débora
Cristina de Macedo Jorge. “O respeito e o amor se conquistam, mas isso
começa desde o início da criação, com muito diálogo, amor e amizade. Mas
é claro que às vezes tem que chamar para a responsabilidade.”
Segundo ela, se os pais querem educar
sem regras, em momentos de perigo, quando os filhos não acatarem o
alerta, eles terão de passar por aquela experiência para entender o
sinal que lhes foi dado. “Isso acontece quando os pais deixam o filho
ver a consequência do seu ato. Como é o caso de dizer para não colocar o
dedo na tomada, se ele desobedecer e insistir em colocar, sentirá um
choque e a consequência de não ter ouvido os pais.”
Porém, a psicóloga ressalta que há
crianças e adolescentes aos quais não se consegue educar sem impor. “São
aquelas pessoas sem limites e regras, sem disciplina, a quem os pais
devem impor a sua autoridade, o respeito e, assim, mostrar quem são.”
A imposição começa quando o filho não
cumpre as regras e não soube usufruir da liberdade dada pelos pais de
fazer as coisas no tempo dele e da sua maneira. “Eles devem colocar isso
para o filho e não permitir que ele saia das normas estipuladas, para
que não seja uma pessoa ilimitada e sem postura na vida”, esclarece
Débora.
Mas, mesmo com as regras, é importante
que os pais observem o perfil da criança. “Tem que conhecê-la, saber
qual o momento em que ela se dedica mais aos estudos – antes ou depois
de brincar, por exemplo. Porém, é sempre importante deixar claro que os
estudos são de suma importância e devem ser prioridade.”
Rara exceção
É raro, mas vemos alguns casos de
crianças que mergulham somente nos estudos ou em uma determinada
atividade e não se interessam em se distrair, ficar com os amigos.
“Quando a criança se enfia no estudo pode ser uma fuga, mesmo para
aqueles que gostam de estudar. Pode ser que houve uma frustração na
amizade, no namoro, que tenha um complexo de inferioridade em relação
aos colegas de classe”, explica a psicóloga.
Para Débora, o primeiro passo para
diagnosticar o que está acontecendo é o diálogo. “Mesmo que o filho não
fale diretamente o que está sentindo, pode sinalizar, sem nenhuma
palavra, somente com o comportamento, com o jeito, o que está
acontecendo com ele”, finaliza.
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