Por Bispo Renato Cardoso
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Comum a todo ser humano, de qualquer raça, cultura, nacionalidade, classe social ou gênero é um profundo sentimento de que algo está faltando. Tão logo passe a breve alegria da infância, que muitos nem chegam a conhecer, uma insatisfação permanente se aloja dentro da pessoa.
É claro que poucos falam a respeito pois a sociedade tende a julgar e isolar pessoas que não pareçam “felizes”. A solução da maioria é tentar preencher o vazio com alguma coisa que lhe dê pelo menos uma satisfação temporária. Essa “alguma coisa” pode ser álcool, música, arte, fazer caridade, drogas, religião, trabalho, relacionamento, estudo, jogo, fama, dinheiro, esporte, sexo, shopping — algo que sirva como uma rolha para tapar garrafa de refrigerante depois de aberta. Não vai resolver, mas vai segurar o gás por um tempo.
Por um tempo. É claro que nada consegue preencher esse vazio permanentemente. Por isso a busca incessante das pessoas por mais quantidade e mais variedade de experiências na vida.
Se elas tão somente empregassem seus esforços para buscar a verdadeira solução: um encontro com o Espírito de Deus. A única coisa que pode encher o vazio. A solução final.
Muitos nos perguntam: “Mas como eu faço para encontrar a Deus? Como ter a paz, a alegria que vocês têm?”
Encontrar a Deus é a coisa mais simples e ao mesmo tempo mais difícil que qualquer pessoa pode fazer. Eis o porquê, explicado por Ele mesmo:
Buscar-me-eis e me achareis quando
me buscardes de todo o vosso coração.Jeremias 29.13
me buscardes de todo o vosso coração.Jeremias 29.13
Pare por um minuto e pense na resposta a esta pergunta: O que você mais quer na sua vida neste momento?
Seu marido de volta? Seu filho do seu jeito? Dinheiro suficiente para sair do sufoco? Uma causa ganha na justiça? Um pouquinho de paz? A cura da sua doença? Um amor que não é correspondido? Sucesso e fama?
Pense bem na resposta. Identifique aquela uma coisa que lhe faria muito feliz, que você quer muito e tem se esforçado para alcançar. Não se trata de sonho nem fantasia. É algo que você realmente quer e tem buscado com atitudes.
Quando você identificar essa coisa, você entenderá o que é preciso para encontrar a Deus: querê-lo e buscá-lo acima dela.
Quando Deus se tornar a coisa mais importante na sua vida, acima de todas as outras coisas e pessoas importantes, aí você estará pronto para encontrá-lo. É como a bela história do discípulo e do sábio.
Um discípulo subiu a montanha que ficava de frente ao mar, onde no topo morava um sábio. Perguntou o discípulo: “Mestre, o que eu faço para alcançar a sabedoria?” O sábio, sem responder uma palavra, se levantou, foi até à porta e sinalizou ao discípulo que lhe acompanhasse.
Desceram a montanha em silêncio, o discípulo se preparando para ouvir e aprender o segredo da sabedoria. Chegaram à praia e o sábio continuou caminhando em direção à água. Água nos pés, nas canelas, nos joelhos. O discípulo hesitou, mas o sábio insistiu. Água na cintura. De repente, o mestre derruba o discípulo e segura sua cabeça debaixo d’água, sem dar-lhe chance de se levantar. O discípulo se rebate, tenta escapar dos braços do sábio, se esperneia, bebe água do mar — mas o sábio o segura firme.
Quando o discípulo já estava quase morrendo afogado, o sábio lhe solta. O rapaz se levanta com violência, finalmente respira engasgado, cospe água salgada e não consegue esconder a raiva: “Você quer me matar?”
O sábio responde: “O dia em que você buscar a sabedoria como você buscava o ar para respirar, você a encontrará.” E voltou em direção à montanha, o discípulo ainda na água, ofegante e perplexo. Mas com a resposta que veio buscar.
Tão simples. Tão difícil.
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