Agência Unipress internacional
Nilbe Shlishia
Quem nunca vivenciou uma situação de ansiedade? Seja na véspera de uma prova, de um passeio, de um encontro, estando prestes a receber o resultado de um exame, enfim, todo ser humano já teve alguma experiência do tipo, ou ainda terá. A ansiedade é compreendida como uma perturbação psíquica. Ela é caracterizada por um estado quase constante de preocupação, angústia, intranqüilidade e medo, provocando uma tensão intermitente. Existem pessoas que vivem em ansiedade quase todo o tempo. Estão sempre tensas e com medo de algo, mas não sabem definir o motivo.
Embora pareça algo simples, uma pessoa que não consegue dominar e controlar esse estado sofre constantemente em sua vida, comprometendo inclusive seus relacionamentos.
Qualquer situação que envolva uma mudança de rotina pode ser um motivo de estresse para a pessoa ansiosa. Seja uma troca de emprego, de casa, o rompimento de um namoro, ou seja, qualquer situação diferente pode criar um estado de grande agitação.
De acordo com psicóloga Cristiane Fiaux, psicóloga clínica e mestranda em Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), é muito comum as pessoas se sentirem ansiosas quando temem não dar conta de alguma tarefa que precisam realizar.
“Muitas vezes, por não saberem ao certo o que vai acontecer, são tomadas de maior expectativa. A insegurança pode ser o motivo da ansiedade”, diz a psicóloga.
Fiaux esclarece que a ansiedade ocorre ou por conta de uma vivência de desprazer ou por um estado de expectativa consciente que envolva o desconhecido. Ela explica que muitos pacientes assumem ficar ansiosos por não saberem como vão estar.
A profissional lembra que algumas situações são bastante comuns entre adolescentes. “Exemplos disso são a escolha vocacional, o primeiro emprego, o namoro, a decisão de casar, etc. Desses momentos advém a ansiedade como algo que os invade por estarem entregues ao inesperado, que nem sempre se dá de forma tranqüila, viável, possível”, ressalta.
Fiaux cita também a questão da cultura como fonte geradora de algumas situações diferenciadas entre os sexos. “No caso do homem, por ser, em uma sociedade machista, o provedor, o que cuida e não pode deixar faltar nada. No caso da mulher, por se sentir pressionada com as diversas funções que lhe são atribuídas na modernidade e pelo temor de não dar conta de suas tarefas”, diz a psicóloga.
Segundo Cristiane, é preciso querer vencer as dificuldades. “Não há problema em buscar um auxílio profissional para isso, pois, sozinhas, muitas vezes as pessoas não conseguem”, orienta.
Cientistas apontam Deus como terapia
De acordo com cientistas da Bowling Green State University de Ohio (EUA), pensar em Deus diminui os problemas de ansiedade. A matéria foi publicada pela revista científica britânica New Scientist.
A junta de cientistas concluiu que a meditação espiritual gera relaxamento. A experiência contou com estudantes voluntários que foram reunidos em três grupos de meditação. Em um primeiro grupo, chamado "espiritual", os participantes se concentraram e repetiram frases como "Deus é amor" e "Deus é paz".
Em um segundo grupo, o "secular", que pronunciasse frases do tipo "Sou feliz" e "Estou contente". Em um terceiro grupo, que simplesmente tinha que relaxar.
A tarefa foi realizada durante 20 minutos por dia durante duas semanas. Além das técnicas psicológicas aplicadas, foram testadas também a resistência dos estudantes à dor, medindo o tempo que eles conseguiam manter as mãos em um recipiente com água a dois graus centígrados.
No final, os voluntários do grupo “espiritual” foram capazes de manter as mãos na água gelada durante um período de tempo duas vezes mais longo que os outros. Dando mostra de uma maior redução da ansiedade que o resto do grupo.
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