Continuação de: Quando me tornei mãe
Filipe tinha passado por uma série de experiências traumáticas quando era bebê, a maioria das quais eu desconhecia. Aos 3 anos, ele já era um menino nervoso. Ele me odiou logo na primeira vez que nos conhecemos. Filipe não olhava nos meus olhos, não falava comigo, na verdade, ele até parava de falar assim que me via chegar. Isso me deixava muito triste. Eu não esperava que ele fosse me associar à sua mãe biológica, mas ele o fez.
No entanto, no prazo de um mês, depois de muita oração e amor, ele começou a mudar. Passou a desenvolver alguns sentimentos por mim, apesar dos mesmos serem daquele “tipo suspeito.” Cada novo amigo meu que ele encontrava, se apegava a essa pessoa com facilidade e se esquecia de mim completamente. Ele queria ficar no colo dos meus amigos e não no meu. Ele falava com eles e não comigo. Ele se comportava como se fosse filho deles e não meu. Toda vez que isso acontecia, eu morria um pouquinho por dentro. Chorava todos os dias por causa disso.
Neste momento da minha vida, eu entrei literalmente num deserto. Meu marido estava muito ocupado na igreja e meus amigos e parentes não me entendiam. Eles pensavam que Filipe era o filho perfeito - carinhoso, engraçado, inteligente, mas o que eles não sabiam é que ele era assim, somente com eles.
Eu quis tanto ser mãe e, agora estava começando a achar que eu não tinha aptidão para isso. Não tinha o amor do meu filho. Eu me lembro de um dia, no qual estava orando novamente pela mesma situação com o Filipe, onde ouvi a voz de Deus dizer claramente: 'Olha, é exatamente assim que Eu me sinto.'
Deus também passa por esse tipo de rejeição todos os dias, e não por um filho, mas por bilhões, e ainda assim Ele não desiste deles. Então por que eu deveria? Eu ia conseguir, eu podia conquistar o amor do meu filho e torná-lo o homem de Deus que eu tinha fé que ele seria um dia.
E assim, fiz uma lista de todas as características que eu queria que ele adquirisse, apresentei-as a Deus e cri.
Continuação na próxima quinta.
Publicado por Cristiane Cardoso
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