SALMOS

"INSTRUIR-TE-EI E TE ENSINAREI O CAMINHO QUE DEVES SEGUIR; E, SOB AS MINHAS VISTAS, TE DAREI CONSELHO. NÃO SEJAIS COMO O CAVALO OU A MULA, SEM ENTENDIMENTO, OS QUAIS COM FREIOS E CABRESTOS SÃO DOMINADOS; DE OUTRA SORTE NÃO TE OBEDECEM."

SALMOS 32:8 e 9
































































terça-feira, 6 de março de 2012

A do contra: aniversários

06/03/2012 167 Comments by Cristiane Cardoso
A primeira e última festa de aniversário da minha infância, que eu me lembro, foi a de 10 anos. Eu não me esqueço da roupa que usei no dia: Sapatilha rosa choque de bailarina, meia-calça rosa choque, saia rodada branca acima do joelho, blusa rosa choque de babados e rendas e, para avacalhar ainda mais, um arco de filó rosa choque (só porque estava na moda). Muitos convidados vieram, viajaram horas para chegar, e me senti muito especial por isso, só que chegou a hora de cantar os parabéns e me deu vontade de sumir. Desde então, nunca mais gostei de festas de aniversário.
Até alguns anos atrás eu pensava que isso seria uma timidez minha. Não há nada de errado com as festas de aniversário ou com os comuns ‘Feliz Aniversário!’ -pensava eu – só que por alguma razão, não os suportava. Até tentava fingir bem. Toda vez que faziam festas para mim, depois de adulta, eu sorria, agradecia e ficava uma verdadeira sem graça o tempo todo, até que um dia desisti de fingir e falei a verdade.
As mesas estavam todas enfeitadas, havia arranjos de flores em cada uma, o que não era de costume às quintas-feiras em nossas reuniões de pastores e esposas. Já vi logo que haviam preparado uma festa para mim. Criei coragem e abri o verbo. “Por favor, não quero festa nem que cantem parabéns. Obrigada! Podem cortar o bolo como qualquer outro bolo.”
Na hora que falei isso, me senti super mal. Sabia que havia sido grossa, e elas não mereciam isso; mas, sabe quando você finge gostar de uma coisa há muito tempo e chega um dia que é a última gota d’água e você nem pensa direito, só reage em cima daquilo? Pois bem, foi assim. Todas ficaram sem graça… Tadinhas, não mereciam isso. Foi como tirar um ‘Bandaid’, doeu da primeira vez e depois nunca mais precisei fazer isso. Agora eu só aviso sempre: “Por favor, não gosto de surpresas nem de festas; se fizerem, vou ficar chateada!”
No entanto, o que isso tem a ver com você?
Quantas vezes você não gosta de algo e atura aquilo só para agradar aos outros? Às vezes você nem quer comprar um presente para uma aniversariante, mas porque ela lhe deu algo no seu aniversário, ou porque todos ao seu redor estão dando, você se sente na obrigação de dar. Eu pergunto a você: “O que aquele presente realmente significa para ela? Algo que demonstre o seu verdadeiro carinho, ou algo feito por uma simples obrigação?”
E quando uma colega faz aniversário hoje e outra no fim de semana? Se você compra para essa, tem que comprar para a outra, e se comprar só para a outra, essa vai ficar chateada com você. Olha a pressão! A gente é obrigado a presentear, tirando, assim, o significado do próprio presente!
Hoje, só dou parabéns para quem eu der um presente, não que as pessoas que não ganham presentes meus são totalmente esquecidas. Pelo contrário, estão no meu calendário e penso nelas com muito carinho, só que nem sempre dá para presenteá-las. Por isso prefiro não desejar nada, já que isso não faz nenhuma diferença.
Há presentes que não custaram muito, mas que para mim são valiosos, pois vieram de pessoas que realmente quiseram me presentear. Essas pessoas podem não ter condições de me dar presentes caros, mas o amor que demonstraram em me dar algo, que nem elas têm, fala muito mais. Mas, mesmo assim, não preciso do meu dia de aniversário para me sentir especial. Todo dia é o meu dia, por isso sou mesmo do contra. Gosto de envelhecer, mas não gosto de comemorar o envelhecimento.
Chega de cumprir obrigações. Sejamos nós mesmas, isso já basta.

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