sábado, 14 de maio de 2011
Continuação de ontem ...
Um dia eu não aguentei, cheguei da escola em prantos. Fui direto ao banheiro e deixei as lágrimas correrem soltas ali. Chorei feito um bebê naquele dia. Eu nem sequer sabia o que dizer a Deus, estava oca por dentro. Era demais, eu nunca havia passado por tanto na minha vida. Eu me sentia sozinha, sem ninguém para conversar, e assim, eu tinha que falar com Ele de uma forma ou de outra ...
E então eu Lhe disse a verdade evidente: "Eu não sou digna de ser mãe, Senhor. Eu não acho que posso continuar assim por muito tempo. Por favor, me dê a minha vida de volta, a que eu tinha antes, sem toda essa agitação."
É interessante como nós rapidamente nos lembrarmos do nosso passado, e achamos que, por alguma razão, o mesmo era melhor do que o nosso presente - tal como os israelitas, quando saíram do Egito. Agradeço a Deus por Ele ser misericordioso o suficiente para não levar em conta essas orações ignorantes!
Mas, nesse exato momento, em que eu literalmente chorava, Deus me questionou: ‘Você acha que ao pegar uma criança que estava designada a crescer longe de mim, você não sofreria qualquer resistência por parte daquele a quem tirou?’
E enquanto eu pensava sobre o que Ele havia perguntado, Ele continuou ... 'Se você quiser salvar esta alma,vai ter que ser mais forte do que isso. Você não deve desistir nunca, a começar pelos seus pensamentos.’
Naquele dia, eu fiz um pacto com Deus. Eu iria criar Filipe para ser um homem de Deus, não importa o que acontecesse, não importa quanto tempo levasse para isso se concretizar. Eu sacrifiquei a coisa mais preciosa que tinha na época, um relógio que havia sido da minha mãe, como um sinal a Deus do quanto eu estava sendo sincera na minha decisão.
Eu sabia que Filipe tinha sido dado a mim pelo próprio Deus. Toda vez que uma ligeira dúvida se apoderava de mim, eu me lembrava daquele dia no banheiro, quando Deus me deixou claro, que isso iria ser uma batalha e eu seria a vencedora.
Eu gostaria de poder dizer que as coisas mudaram a partir de então. Mas, infelizmente não posso dizer isso. Na verdade, a situação continuou a ir de mal a pior. Meu filho cresceu adquirindo cada coisa ruim que encontrava no seu caminho ... na escola, entre amigos, e até mesmo na igreja. Honestamente, era como se ele as atraísse. Tudo o que eu e meu marido não éramos, ele era. Tudo o que desprezávamos, ele fazia. Tudo o que amávamos, ele desprezava.
Continuação na próxima quinta.
Publicado por D. Cristiane Cardoso
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