SALMOS

"INSTRUIR-TE-EI E TE ENSINAREI O CAMINHO QUE DEVES SEGUIR; E, SOB AS MINHAS VISTAS, TE DAREI CONSELHO. NÃO SEJAIS COMO O CAVALO OU A MULA, SEM ENTENDIMENTO, OS QUAIS COM FREIOS E CABRESTOS SÃO DOMINADOS; DE OUTRA SORTE NÃO TE OBEDECEM."

SALMOS 32:8 e 9
































































quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Quando fazemos Deus parar?

Há algo muito importante de que deve ter conhecimento e aprender: como o nosso sonho é realizado. Muitas pessoas alegam não ter as suas orações, os seus pedidos respondidos ou os seus sonhos realizados, devido ao facto de não saberem orar como deve ser. E isso não é verdade!

Deus ouve a todos, mas Ele só responde àqueles que materializam a sua fé, ainda que estes não peçam nada. O seu sacrifício faz Deus responder-lhe e a sua atitude ao materializar a sua fé faz Deus atender à sua necessidade, ainda que não abra a boca e não diga uma palavra. O seu sacrifício clama por si! E vou provar isso com a Bíblia:

‘Certa mulher que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia, e a quem ninguém tinha podido curar [e que gastara com os médicos todos os seus haveres] …’ (Lc 8.43).

Três coisas me chamaram a atenção:

A primeira:

É que havia uma mulher de condições, pois, se vir também o evangelho de Marcos, diz que ela gastou toda a sua riqueza. Infelizmente, por ter uma boa condição económica não teve por que recorrer a Deus, mas sim aos médicos. E mesmo crendo n’Ele, porque todo o judeu desde criança crê em Deus, é dedicado e apresentado a Ele. Só que ela acreditava em Deus de forma religiosa e quando acreditamos em Deus assim, o que fazemos? Recorremos às pessoas, fazemos uso dos nossos recursos, mas não usamos a nossa fé.

Pensamos: ‘Deus está nos céus e eu estou na terra; Deus lá e eu cá. Deus só existe para me trazer paz interior, salvar a minha alma e perdoar os meus pecados’. Quando isso não é verdade! Pois, Deus existe para nos salvar, perdoar os nossos pecados, resolver os nossos problemas e instruir-nos aqui na Terra em como viver à Sua imagem e semelhança, para que sejamos melhores seres humanos, possamos refletir o Seu poder, o Seu amor, a Sua misericórdia, a Sua justiça, a Sua bondade e a Sua paz. Mas, se decido fazer uso dos meus recursos, da minha força, da minha sabedoria e das minhas experiências de vida e desprezar a Deus, o que é que Ele fará? Deus considerará a minha decisão e permitirá que continue a sofrer, tal como esta pobre coitada que vivia a sofrer de uma hemorragia.

A segunda:

O problema dela não podia ser resolvido por ninguém. O seu sonho que era casar-se, constituir família e ser mãe, não se tinha tornando realidade, por causa dessa doença. Na altura, a lei judaica proibia a mulher com fluxo de sangue de aproximar-se de um homem ou até mesmo de o tocar. Sendo assim, esta não podia ter namorados, nem casar-se. Também a mulher casada, no seu período menstrual, era proibida de tocar no marido e este nela; esta não podia sair de casa no seu período menstrual e se saísse e se alguém soubesse esta era presa e condenada à morte por apedrejamento, pois, era contra a lei de Deus. Deus tinha proibido isso, para que o homem respeitasse aquele período em que a mulher estava menstruada e se santificasse.

E a terceira:

Só depois de ter esgotado todos os seus recursos é que ela, então, teve que usar a sua fé. E assim têm acontecido com muitas pessoas, que só depois de terem esgotado todos os seus recursos, humanamente falando – amigos, advogados, experiência e bens – é que se voltam para Deus. Quando esses 12 anos de sofrimento poderiam ter sido evitados, se ela tivesse decidido usar a sua fé, materializando-a. Mas, note que ela chegou a materializar a sua fé nos médicos, sacrificando para eles, pagando-lhes, porque acreditava que eles a iam ajudar. Isso é fé! Fé é a certeza do que queremos e do que esperamos alcançar. Mas, esta ficou frustrada e ‘veio por trás dele …’ (Lc 8.44).

Se ler o evangelho de Mateus, verá que ela não falou com ninguém, nem com os pais, irmãos, amigos ou mesmo Deus. O que fez aquela mulher? Falou consigo mesma e usou a sua inteligência: ‘se Cristo diz ser Deus, então, sabe de todas as coisas, porque foi Ele quem criou os céus, a terra, o mar e todas as coisas que neles há. Deus sabe quem eu sou, o que quero e o que estou a sofrer’. E ela foi, saiu de casa, mesmo debilitada, anémica e com dores: ‘… e lhe tocou na orla da veste, e logo se lhe estancou a hemorragia’ (Lc 8.44).

Duas coisas me chamaram a atenção: quando a pessoa fala com ela mesma, usa a sua fé com inteligência, não falando com ninguém e não esperando que ninguém apoie a sua decisão. E esta também não espera que o milagre venha até ela e aconteça, pois, vai e faz o milagre acontecer. Está escrito que ela pediu, rogou, implorou e chorou? Não! Está escrito que tocou, ou seja, ação. Então, a fé viva não nos faz ficar à espera ou apenas a orar, a jejuar e a ir à Igreja. A fé viva faz-nos tocar em Deus! Mas como é que vou tocar em Deus, se Ele é Espírito? Tocamos em Deus quando materializamos a nossa fé.

Talvez tudo lhe tenha tocado: a tristeza, a decepção, a mágoa, os ciúmes, a revolta, a ira; talvez tenha sido tocada/o por tudo o que é mau, mas quando tocamos em Deus, tudo o que é mau, sai de nós, tal como está escrito: ‘… logo se lhe estacou a hemorragia’. ‘Mas Bispo, estou a perder a vida, a envelhecer, o tempo está a passar e estou a perder o fôlego, a esperança…’ E está assim, porque, infelizmente, não tem usado, não tem materializado e não tem feito a sua fé ficar em evidência, porque quando a mesma fica em evidência, sai poder de Deus. ‘Mas Jesus disse: Quem me tocou? Como todos negassem, Pedro [com seus companheiros] disse: Mestre, as multidões te apertam e te oprimem [e dizes: Quem me tocou?]” (Lc 8.45). A multidão estava a tocar e a apertar Cristo e Ele perguntou: quem me tocou? Todos deram um passo atrás e negaram a fé. ‘Contudo, Jesus insistiu: Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder’ (Lc 8.46).

Quando você sacrifica alcança, porque foi um sacrifício para essa mulher, o da própria vida. Ela não podia nem sair de casa, mas enfrentou a multidão, passou entre homens e mulheres e ainda tocou em Cristo, que estava aqui neste Mundo em forma de homem. O que é que ela estava a dizer? ‘Se é para morrer, que morra de uma vez, mas assim não posso continuar, porque se esse é Deus, então, vai ter que realizar o meu sonho, porque não aceito continuar assim’. Essa é a fé viva! Então, Cristo parou e disse: ‘quem me tocou?’ O que fez a mulher? Negou a fé? Todos negaram, mas ela não. Ela deu um passo adiante e disse: ‘eu te toquei, Senhor’. Então, Cristo disse-lhe: ‘filha ,vai em paz, porque a tua fé te salvou’. Ela pediu algo a Cristo? Não! Mas quem pediu por ela? O seu sacrifício, materializado através da sua entrega – saiu de casa, quebrou a lei, desagradou a todos, andou entre a multidão e tocou num homem. Ela assumiu a sua fé! E quando materializamos a nossa fé através do sacrifício, fazemos algo fora do normal e Deus é obrigado a parar.

Quantos milhões de habitantes existem na face da Terra? Quantas pessoas não estão a pedir agora algo a Deus? E como é que Ele me vai atender? Como vou fazer Deus parar e olhar para mim e dizer: ‘filha/o, a tua fé te salvou?’ Repare que Ele não falou a tua fé te curou, mas a tua fé te salvou, quer dizer, a tua fé não resolveu apenas o teu problema físico, como também todos os outros problemas. O teu sacrifício clamou por si, o teu sacrifício falou comigo e, quando me tocaste, o teu sacrifício fez sair poder de mim. Isso é maravilhoso, porque nos torna independentes, mas Cristo não quer fazer a obra pela metade. Cristo não poderia ter ficado calado e ter ficado esse milagre apenas entre Ele e ela? E só depois todos saberiam que Cristo a tinha curado? É que Cristo não quer fazer a obra pela metade. A saúde é tudo? Existem pessoas que dizem que a saúde é tudo, mas não é! E a família? O casamento? Os filhos? E a sua prosperidade? Deus curou-a, mas não quis deixar a Sua obra pela metade e perguntou: ‘quem me tocou?’, para provar aos outros que se você ainda não foi curado, abençoado, se está a chorar e se Deus não o/a atendeu, não foi porque não quis ou porque não pode, foi porque você não sacrificou.

Sabe pedir, mas não sabe sacrificar; quer o melhor, mas não sabe materializar a sua fé; fala muito, mas faz pouco. Pois, esta mulher não falou nada, fez muito e aconteceu. Então, seja humilde e aprenda com os exemplos dos outros. Cristo não queria fazer apenas o milagre no corpo dela, por isso, parou e perguntou para ensinar os outros, para ninguém O pudesse culpar nem aos Seus discípulos, como muitas pessoas culpam a Deus; para que ela decidisse assumir a fé ou não. Os outros negaram, mas ela assumiu e disse: ‘agora, estou pronta para morrer’. ‘Se me vão condenar, se vou ser apedrejada, não tem problema! Mas todos vão ficar a saber que estou curada e que o Senhor é o meu Salvador. Perdi 12 anos da minha vida e toda a minha riqueza com os médicos, mas não perdi a minha fé e ela está em Ti, Jesus, meu Salvador’. E Ele disse: ‘filha, podes ir, porque estás curada. Vai casar, ter filhos, uma família e viver muito anos, para provar ao Mundo que Eu Sou Deus’.

Lembre-se de que Deus não quer fazer a obra pela metade na sua vida! Faltam quantos dias para acabar o ano? Menos de 50 e Deus pode fazer coisas grandes. ‘Mas, Bispo, estou a pedir e não recebo a resposta’. Pergunte-se a si mesmo: ‘estou a sacrificar, estou a dar tudo de mim?’. Esta é uma pergunta que ninguém pode responder por ninguém, pois, cada um tem que responder por si mesmo.

‘Vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se trémula e, prostrando-se diante dele, declarou, à vista de todo o povo, a causa por que lhe havia tocado e como imediatamente fora curada. Então, lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz’ (Lc 8.47-48). Deus quer que você termine este ano em paz, para que possa começar o novo em paz também”.

Por seu servo em Cristo, Bp. Júlio Freitas