SALMOS

"INSTRUIR-TE-EI E TE ENSINAREI O CAMINHO QUE DEVES SEGUIR; E, SOB AS MINHAS VISTAS, TE DAREI CONSELHO. NÃO SEJAIS COMO O CAVALO OU A MULA, SEM ENTENDIMENTO, OS QUAIS COM FREIOS E CABRESTOS SÃO DOMINADOS; DE OUTRA SORTE NÃO TE OBEDECEM."

SALMOS 32:8 e 9
































































sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Por que as crianças negociam melhor?

Honestidade, foco e persistência são praticados por elas quando querem algo, mas os adultos tendem a se afastar dessas práticas com o tempo, dificultando as relações
Da Redação
As crianças costumam conseguir o que querem. Não estamos falando em birras ou pirraças, mas elas têm mesmo uma maneira espontânea de argumentar em uma negociação, mesmo que não percebam isso.
Os adultos têm uma capacidade natural de complicar as coisas, de encher de complexidade algo que pede providências simples e eficazes. Observando as crianças, José Roberto Ribeiro do Valle, sócio-diretor da Scotwork do Brasil, empresa especializada em técnicas de negociação, comparou os comportamentos delas nas negociações do dia a dia e nos mostra muito do que devemos aprender para usarmos em nosso cotidiano, em nossos relacionamentos profissionais ou pessoais.
Perguntas
Crianças perguntam bastante. Já chegamos? Aonde vamos? O que é aquilo? Serve para quê? “Não estou dizendo que você deve agir assim em um processo de negociação, por exemplo”, diz Ribeiro do Valle, “mas várias vezes, com receio de tornarmo-nos repetitivos, evitamos insistir em perguntas”.
Tememos passar para a outra pessoa uma imagem de despreparo. Já as crianças fazem questão de perguntar e não deixam a curiosidade passar, e por isso mesmo aprendem bastante. Não tenha medo de perguntar. Se não quer soar repetitivo, prepare antes algumas questões para as pessoas envolvidas naquele assunto que lhe interessa. Desta forma, ao invés de sugerir despreparo, mostrará ao outro que tem interesse.
Saber o que quer
“Pense bem: se uma criança quer um sorvete, o que ela vai pedir? Se uma criança deseja ir ao parque, o que nós ouviremos? Isso parece simples demais, mas é incomum esse tipo de conduta por parte de adultos quando negociam”. Ribeiro mostra que o adulto tem a mania de esconder, de omitir do outro o que realmente quer, talvez por medo da rejeição. Com isso, cai na armadilha de pensar que o outro lado pode adivinhar o que ele quer. Se não pergunta o que realmente quer saber, dificilmente consegue o que deseja. Ser realista, corajoso e honesto é mais eficaz. Camuflar o que se quer, como se planejasse um golpe, pode gerar desconfiança do outro lado.
O “não”
Ribeiro sugere: “Se você tem crianças muito pequenas em casa, tente por uma semana contar quantas vezes você fala ‘não’ e guarde o número de vezes em que a criança desiste.” Claro que às vezes a resposta negativa é necessária, como quando a criança quer brincar com um objeto perigoso ou comer alguma guloseima antes do jantar. Mas a tendência delas é ver esse “não” apenas como o início da negociação, enquanto um adulto já o vê como o final.
Persistência
Insistentes nos questionamentos, as crianças não se satisfazem se uma resposta a algo não esclarece como desejam. Quem nunca passou pela chuva de “por que”, um após outro, até que o pequeno inquisidor esteja satisfeito? E mesmo quando a resposta é negativa, lá vem um “por que não?”. E ai de quem disser que é “porque não, e pronto”. Se uma criança pergunta, é porque está realmente atenta à espera de uma resposta. “Assegure-se de que suas perguntas sejam respondidas e pense em reformular aquilo que você está propondo, assim você otimiza o resultado daquilo que está oferecendo”, ensina.
Sanções
Crianças entendem sanções e autoridade, mas às vezes manipulam os pais. Quando o castigo mencionado pelos pais se a criança não cumprir determinada obrigação é um blefe, a criança sente que ele não será colocado em prática e isso faz com que os adultos em questão percam credibilidade. “Não estou sugerindo que da próxima vez que for contrariado você se jogue no chão, grite e esperneie, nem que entre na sala girando o cinto como ameaça”, esclarece Ribeiro. “Esteja preparado para explorar sanções, mas tenha cautela, pois elas devem ser utilizadas com ponderação e avaliando as consequências – e não as apresente, a não ser que esteja pronto para aplicá-las”.

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